segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Um palácio para Deus / Demonstrando gratidão: compromisso, sacrifício e alegria

       A reflexão de hoje baseia-se numa passagem Bíblica que me toca profundamente. O texto se encontra no livro de I Crônicas no capítulo 29. De modo geral, trata-se das ofertas que Davi e o povo reuniram para a construção do templo do Senhor. Bom, polêmicas e divergências à parte, já que os assuntos dízimo e oferta não são consenso entre os cristãos, sinto a liberdade e a necessidade de compartilhar minha compreensão sobre o tema, mais especificamente sobre o ato de ofertar. Longe de querer impor meu pensamento como verdade absoluta, e adiantando que não possuo o conhecimento profundo de um exímio estudioso das Escrituras Sagradas, me arrisco em delinear um posicionamento (meu) a respeito do assunto.

Voltando ao texto Bíblico num breve retrospecto

       No capítulo 22 de I Crônicas, Davi propôs em seu coração edificar uma Casa para o Senhor, um altar de holocausto para Israel. A partir de então começou Davi a reunir trabalhadores e material em abundância para a construção. Davi tinha o pensamento de que a casa que se construiria para o Senhor seria “magnífica em excelência, para nome e glória em todas as terras”, e que como Salomão, que viria a substituí-lo, era ainda muito jovem, ele deveria lhe preparar todos os materiais (I Cr 22:5).  
        Davi chama Salomão e lhe ordena diretamente que edifique uma casa ao Senhor, revelando que na verdade o desejo de seu coração era que ele mesmo realizasse a obra, mas que Deus não o permitiu pelas muitas guerras e sangue derramado dos quais tinha participado. Davi não apenas preparou material e mão de obra em abundância para que Salomão tivesse êxito no projeto de construção, mas o mais importante: lhe deu orientações para que guardasse os mandamentos do Senhor, fosse prudente, instruído e tivesse coragem e ânimo para executar a obra e reinar sobre o povo.
       No capítulo 28 de I Crônicas, Davi então reúne todos os príncipes e maiorais do povo e torna falar sobre a construção do templo. Esse capítulo é simplesmente tocante. Nele Davi demonstra preocupação em instruir as gerações que a partir dali se seguiriam para que trilhassem os caminhos do Senhor e não se desviassem da benção de Deus. Mais uma vez Davi expõe o desejo que possuía em seu coração de edificar “uma casa de repouso para a arca do conserto do Senhor e para o escabelo dos pés do nosso Deus” (I Cr28:2). Nessa reunião Davi ratifica a escolha de Deus para que Salomão viesse a reinar sobre Israel e também edificar a Casa do Senhor. Ao final do capítulo Davi aconselha diretamente Salomão: “E tu, meu filho Salomão, conhece o Deus de teu pai e serve-o com um coração perfeito e com uma alma voluntária; porque esquadrinha o SENHOR os corações e entende todas as imaginações dos pensamentos, se o buscares, será achado de ti; porém, se o deixares, rejeitar-te-á para sempre. Olha, pois, agora, porque o SENHOR te escolheu para edificares uma casa para o santuário; esforça-te e faze a obra” (I Cr 28: 9 e 10). Davi, então, dá à Salomão o desenho do templo.
      Mas onde entram as ofertas? Bom, depois dessa não tão breve introdução, quero entrar no capítulo 29 de I Crônicas. Acho necessário primeiro expor minha concepção de oferta. No meu entendimento uma oferta se caracteriza por dois aspectos básicos: ser sacrifício e ser voluntário. O dízimo por sua vez expressa um compromisso assumido. Ambos são, ou deveriam ser (rs), expressão de gratidão ao Senhor.
         No capítulo 29 Davi relata como vinha, com todas as suas forças, preparando materiais para a Casa do Senhor, que Salomão viria construir, uma casa que não seria casa de homem, mas um palácio para o Senhor: “E ainda, de minha própria vontade, para a Casa do meu Deus, o ouro e prata particular que tenho demais eu dou para a Casa do meu Deus, afora tudo quanto tenho preparado para a casa do santuário” (I Cr 29: 3). Davi então pergunta ao povo: “Quem pois está disposto a encher a sua mão, para oferecer hoje VOLUNTARIAMENTE ao Senhor?” (I Cr 29: 5b). Então, a começar pelos príncipes e maiorais do povo, doaram voluntariamente e com alegria: "E o povo se alegrou do que deram voluntariamente; porque, com coração perfeito, voluntariamente deram ao Senhor; e também o rei Davi se alegrou com grande alegria" (I Cr 29:9).

Agora vem o ápice do capítulo, o momento em que Davi louva ao Senhor!

“Pelo que Davi louvou ao Senhor perante os olhos de toda a congregação e disse: Bendito és tu, Senhor, Deus de nosso pai Israel, de eternidade em eternidade. Tua é a magnificência, e o poder, e a honra, e a vitória, e a majestade; porque teu é tudo quanto há nos céus e na terra; teu é Senhor o reino, e tu te exaltastes sobre todos como chefe. E riquezas e glória vêm de diante de ti, e tu dominas sobre tudo, e na tua mão há força e poder; e na tua mão está o engrandecer e dar força a tudo” (I Cr 29: 10, 11, 12).

Abrindo um parêntese (rs): Davi adorou diante de todos! E mais, reconheceu a soberania de Deus acima dele. Davi reconheceu Deus como o verdadeiro Senhor não apenas de Israel mas de toda a terra, e que toda riqueza já é Dele. Mas Davi continua...

“Porque quem sou eu, e quem é o meu povo, que tivéssemos poder para tão voluntariamente dar semelhantes coisas? Porque tudo vem de ti, e da tua mão to damos. Senhor, Deus nosso, toda esta abundância que preparamos, para te edificar uma casa ao teu santo nome, vem da tua mão e é toda tua. E bem sei eu, Deus meu, que tu provas os corações e que da sinceridade te agradas; eu também, na sinceridade de meu coração, voluntariamente dei todas estas coisas; e agora vi com alegria que o teu povo, que se acha aqui, voluntariamente te deu” (I Cr 29:14, 16 e 17).
        Nesse trecho Davi reconhece que todos os bens conquistados são bênçãos concedidas por Deus, e que das próprias mãos de Deus ofertamos a Ele, ou seja, devolvemos. Ele se alegrou pelo coração voluntário do povo, pois sabia bem que Deus se agrada do coração sincero. Davi pediu a Deus que conservasse essa característica nos pensamentos e coração do povo e de seu filho Salomão, e convocou ao povo que também adorasse a Deus: “Então disse Davi a toda a congregação: Agora, louvai ao Senhor vosso Deus. Então toda a congregação louvou ao Senhor, Deus de seus pais; e inclinaram-se e prostraram-se perante o Senhor e perante o rei. E ao outro dia, sacrificaram ao Senhor sacrifícios e ofereceram holocaustos ao Senhor: mil bezerros, mil carneiros, mil cordeiros, com as suas libações, e sacrifícios em abundância por todo Israel” (I Cr 29: 20 e 21).


        Longe de esgotar o assunto, pois há muitas outras passagens Bíblicas que falam sobre a oferta, quero deixar a mensagem de que o mais importante no ato de ofertar é a intenção do coração, por isso peço a Deus que me dê um espírito voluntário e alegria de devolver aquilo que Ele mesmo me concedeu! Acho importante exercitarmos o ato de ofertar até que alcancemos a oferta que realmente agrada a Deus. 

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

O Mancebo de Qualidade

Reflexão baseada na leitura dos textos registrados nos Evangelhos segundo escreveram Mateus (19: 16-30), Marcos (10:17-31) e Lucas (18:18-30).

          O texto apresentado não se trata de uma parábola, uma ilustração, mas de um relato de diálogo estabelecido entre um jovem e Jesus Cristo. O nome do jovem não foi revelado na passagem bíblica, mas um aspecto foi evidenciado sobre sua condição financeira, tratava-se de um jovem rico (o livro de Lucas o caracterizou como "um certo príncipe"). Apesar de jovem, parecia seguir na contramão de muitos outros, pois a pergunta com a qual se aproximou de Jesus demostrava preocupação com a vida eterna. Ao se achegar à Jesus, e o Evangelho de Marcos relata que se ajoelhou diante Dele, o modo como o abordou me chama atenção: "Bom Mestre, que bem farei para conseguir a vida eterna? E ainda mais me intrigou a forma como Cristo o respondeu: Porque me chamas bom? Não há bom, senão um só que é Deus. Por muito tempo eu não compreendi a resposta de Jesus, afinal, na minha limitada concepção, se Ele era Deus e se Deus é bom, Ele também viria a ser bom. Mas creio que agora o Espírito Santo me revelou uma verdade espiritual nessa passagem. 
       A resposta de Jesus está diretamente relacionada à pergunta do jovem. O jovem identificava Jesus com um bom mestre, mas não como o Cristo de Deus. Jesus poderia ser para aquele moço apenas mais um bom mestre como tantos outros, um conhecedor das escrituras e executor de boas ações. Quando o jovem diz "que bem farei" para "conseguir a vida eterna", outras reflexões me chegam. Talvez o jovem também se visse como bom, afinal, como ele mesmo afirma posteriormente, era conhecedor e guardador dos mandamentos da lei. Ele parecia confiar que por suas boas obras, o bem que fazia, conseguiria por si mesmo a vida eterna. Nesse momento Jesus o confronta dizendo que apenas Deus é bom! Eu entendo que boas obras são frutos da fé e do amor mas que apenas elas não têm o poder de salvar, e aquele jovem confiava sua vida eterna na guarda dos mandamentos e nas boas obras.
         Depois de confrontado pelo "ser bom", Jesus o responde que para alcançar o almejado deveria guardar os mandamentos, citando alguns. Me chama atenção que apenas no Evangelho de Mateus aparece entre os mandamentos listados o amar o próximo como a ti mesmo, e que em nenhuma das passagens aparece amar  a Deus acima de todas as coisas. Creio que se o conhecido "maior mandamento" tivesse sido listado, aquele jovem, refletindo sinceramente, não poderia dizer que os vinha guardando desde a mocidade. Mas quando o jovem diz que guardava os mandamentos desde a mocidade, o Evangelho de Marcos relata que ouvindo isso Jesus o amou. Por amá-lo, conhecendo seu potencial e suas verdadeiras intenções interiores, mais uma vez o confrontou: "Falta-te uma coisa: vai, e vende tudo quanto tens, e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem e segue-me" (Marcos 10:21). Nossa! Jesus o pediu um grande sacrifício (o que pode não ser pra outros), já que o coração daquele jovem estava nas riquezas que possuía. Em contrapartida Jesus ofereceu ao jovem riquezas incorruptíveis: tesouros no céu, onde a traça e a ferrugem não corroem, e a oportunidade de segui-lo. Não quero neste post entrar no mérito das riquezas e o grande problema de colocá-las em nosso coração (num próximo rs!). 
       A Bíblia relata que o jovem saiu da presença de Jesus entristecido porque possuía muitos bens. Espero que posteriormente tenha refletido e tomado a decisão correta, afinal teve o privilégio de estabelecer um diálogo com o próprio Filho de Deus! 


A paz!


terça-feira, 11 de agosto de 2015

Haja paciência rs!

Boa noiteee

Depois de um dia meio confuso e recheado de imprevistos, a reflexão é muito simples: a paciência é um virtude que se exercita...

A paz!

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Por que "Se Não Morrer, Não Cresce"?

Cansada de perder as anotações singelas feitas quase sempre repentinamente em pedaços de papel improvisados, resolvi me render aos recursos tecnológicos da era digital (rs) e criar um blog. O objetivo desse espaço é copilar e compartilhar reflexões bíblicas que tenho realizado na caminhada de minha vida cristã. São mensagens simples, na medida em que nascem das minhas atividades e acontecimentos cotidianos, mas poderosas por se pautarem na Palavra de Deus. 

O título, "Se Não Morrer, Não Cresce", baseia-se nas palavras de Jesus registradas no Evangelho segundo escreveu João no capítulo 12 verso 24: "Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer dá muito fruto."

O contexto dessa colocação era angustiante: Jesus explicava aos discípulos porque precisava morrer. Nesse momento, o mestre mais uma vez utilizou-se de Sua pedagogia que me encanta, onde através de parábolas e figuras ilustrativas de situações habituais aos ouvintes buscava revelar grandes verdades espirituais. As figuras de linguagem são estratégias do interlocutor para produzir o impacto desejado da mensagem sobre o ouvinte, e Jesus frequentemente utilizava-se desses recursos (ainda falaremos mais a esse respeito rs). 

Mas voltando ao texto, Jesus Cristo veio ao mundo para cumprir um propósito de salvação e era necessário passar pela morte para que pudesse gerar a vida em nós, aqueles que cremos no seu sacrifício. O verso que se segue aponta que assim como Ele fez devemos fazer: "Quem ama a sua vida perdê-la-á, e quem neste mundo, aborrece a sua vida, guardá-la-á para a vida eterna." (João 12:25). Naquele momento em que Jesus expressava intensa angústia pelo momento que haveria de passar, nos deixou ainda uma promessa: "Se alguém me serve, siga-me; e, onde eu estiver, ali estará também o meu servo. E se alguém me servir, meu Pai o honrará." (João 12: 26)

Enquanto me edifico na palavra de Deus, quem sabe eu alcance alguns leitores, rs... 
A paz do Senhor!